quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Redução: aprovada em segundo turno com argumentos do primeiro

Eu acho que estamos tratando de um instituto chamado maioridade e, neste sentido, todo e qualquer argumento que fuja a este tema, serve tão somente para desviar o foco. A maioridade, penso eu, foi instituída com olhos ao ser humano enquanto construção bio-psico-social, admitindo, neste sentido que tão somente o primeiro elemento deste trinômio "vem de fábrica". Sendo assim, demanda-se tempo para a aquisição do status de Homem civilizado, capaz, portanto, de compreender a significação sócio-cultural de seus atos, em sua plenitude.
Assim é que ao longo dos anos tem-se instituído determinados marcos cronológicos na vida humana, em que possamos dizer, com um mínimo grau de segurança, que o ser em questão já compreende o que faz e o significado do que faz. Ocorre que tal marco, a que chamamos " maioridade ", parte da premissa do Homem enquanto construção cultural, como já dito. Destarte, devemos aceitar q esta delimitação varie à medida que a cultura varia.
Qualquer coisa que fuja a esta análise, não é válida ao debate. Vejamos algumas pseudo-argumentações q vejo por aí e mostremos de que maneira não falam o idioma adequado ao tema em questão:
1- redução não é a solução.
Resposta: solução para quê? Com olhos ao exposto acima sobre o instituto da maioridade, que problema se esta querendo referir?
2- redução não diminui violência.
Resposta: que pena! Mas as coisas funcionam assim. Elas servem para o que se propuseram a servir. Quero dizer... nao se pode esperar q um carro ande sobre a água, não é mesmo? Neste sentido, a maioridade, conforme explanação alhures, não se presta a reduzir a violência e, aqui é que está a grande questão: aparentemente, não está sequer adequada aos fins a que, originariamente, se propôs. Neste sentido, sua alteração se faz, sim, necessária  (lê-se, se é verdade que ela não está mais em consonância com a realidade).
3- " os DEP. Fed. q propuseram tal alteração não querem o bem do povo, propriamente. Em verdade, querem apenas contentar a massa q clama por justiça, para fins eleitoreiros e/ou para, futuramente, instituírem a privatização dos presídios. "
Resposta: falácia ad hominem detected. Period.
4- "prisão não é a solução. + educação; - cadeia."
Resposta: falácia do falso dilema detected. Sobre isso, nada a declarar. Ademais, a prisão não é a solução para quê? Violência? Primeiro erro aqui é reduzir a resposta do "por que punir", a mera redução da violência. De outra parte, este argumento, acaso fosse acatado, serviria para derrubar o sistema prisional como um todo, e, paradoxalmente, não vejo os mesmos q se posicionam contrariamente a redução por esta via, postularem pela extinção do sistema prisional. Fuga ao tema de qualquer forma.
5- se maioridade não serve pra diminuir violência, ela serve para quê, então?
Resposta: a maioridade não tem um fim prático, propriamente dito, mas sim, tão somente a eqüidade! Ou seja, tratar os diferentes, diferentemente, de acordo com a sua diferença. É neste sentido q se faz importante decidirmos quem é diferente e quem é igual. A maioridade diferencia os seres humanos segundo os critérios q expus no texto acima. Partindo do pressuposto de que a civilidade é adquirida, a maioridade estabelece um limite etário seguro que possa separar os q já possuem processo civilizatorio completo daqueles q ainda estão em formação neste sentido. A partir desta demarcação cronológica, visa, então, dar tratamento diferenciado aos q ainda não possuem plena consciência dos seus atos daquele dispensado aos que, com um bom grau de certeza, sejam plenamente conscientes.
Bonus Track: Ta, mas, então, Guilherme, tu és a favor da redução?
Resposta: nem sim, nem não, muito antes pelo contrário. Eu sou a favor da honestidade intelectual e do debate sóbrio.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Veganismo: ode a razão



 O problema no consumo de alimentos e produtos de fonte animal é q a maioria destes consumidores não se dá conta do binômio sofrimento animal x prazer humano que está envolvido nesta questão. E digo isso porque me recuso a aceitar q seres pretensamente racionais estariam efetivamente contraponto ambos os valores (vida x prazer) e ainda assim avalizando este tipo de permuta se estivessem, de fato, enxergando esta relação absurda a q o consumo de alimentos de origem animal está envolto. Prefiro crer q os consumidores de carne e derivados animais o fazem por costume, adestramento, coisas eminentemente irracionais. Caso contrário, seria admitir a perversão de toda a nossa espécie, o que faria cair por terra qualquer discurso em prol da dignidade da pessoa humana, e a convivência social neste ponto se tornaria impossível, certo?
Ocorre aqui, contudo, um problema de natureza lógica:
Se o consumo de alimentos de fonte animal se dá pela irracionalidade humana e não mais pela necessidade fisiológica, o que justifica o abate das demais espécies? A irracionalidade animal? Mas se estamos autorizados a fazer o mal aos irracionais justamente pela sua irracionalidade, estou, eu, então, autorizado a prejudicar os humanos irracionais que, pela mesma razão, prejudicam os animais?

 Dito de outra forma: se acaso tu, irracional, não achas legítimo q eu, apenas por prazer, te prejudique por seres irracional, então porque achas justo prejudicares os animais? Fica a reflexão...