quarta-feira, 15 de abril de 2015

Legislador Frankstein e seu novo monstro: Lei da Guarda Compartilhada


Eu acho que tinham que renovar o estoque de idiotas que assessoram os responsáveis por legislar sobre Direito de Família no BR. Não bastasse a gigantesca miscelânea que é este ramo do direito por aqui, agora temos mais esta!

1- GUARDA COMPARTILHADA é a divisão temporal da custódia física? E isso não seria, em verdade, a guarda alternada? E ela é efetivamente mais benéfica ao menor?

2- Ou... quiçá GUARDA COMPARTILHADA seja então a divisão "igualitária" de poderes/deveres entre os pais perante o menor?! Mas... não seria isso nada mais que poder familiar, assim nomeado em substituição a antiga expressão pátrio poder JUSTAMENTE para não deixar dúvidas acerca da referida igualdade? E ela já não estava suficientemente respaldada em lei?

(E se já havia exaustivo respaldo legal, mas ainda assim os conflitos permaneciam, a solução é fazer mais leis? O.o)


3- Eu tenho uma 3ª hipótese que submeto ao vosso julgamento:


GUARDA COMPARTILHADA é um instituto no mínimo volátil, senão vazio e sem conteúdo como, aliás, o próprio termo "guarda" o é, uma vez que há muito foi desmantelado nas expressões "custódia física", "poder familiar" e assim por diante, mas que aparentemente soluciona todos os problemas que geram clamor social, quando na verdade só soluciona o próprio clamor, trazendo a falsa ideia de problema resolvido, quando na real a longa manus estatal se mostra totalmente impotente em meio a mais básica estrutura social (e ainda bem! Xô Big Brother!). A dúvida ainda paira sobre a inocência dos "inocentes". Sendo franco e direto: será que o legislador é burro mesmo ou se faz?

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Crítica às manifestações papais sobre o atentado ao Charlie Hebdo

Je suis Power Ranger
Cartunistas publicam seguidas vezes charges tidas como ofensivas ao islamismo. Ponto. Islamismo por si só, não é sujeito de direitos. É uma reles ideia, elevada a um patamar superior em face do alto poder político envolto às religiões, em especial as monoteístas, mas que na realidade pouco difere dos contos dos irmãos Grimm e/ou das demais estorinhas para amedrontar crianças a fim de melhor controlá-las através do medo (caminho mais fácil que o diálogo). Uma "adult version" de qlqr conto de fadas na sua - sórdida - versão original (vide texto original da bíblia e/ou da chapeuzinho vermelho e choque-se anyway). Nada além. Fé não é nada mais do que crer por necessidade e/ou por não ter melhor resposta e ter sido ensinado a ver as coisas desta ou daquela forma desde a idade mais tenra e nunca ter tido tempo, disposição e/ou massa encefálica suficiente para questionar as próprias crenças. Tranquilo, nada demais até aqui. Cada um acredita no que quiser. Ao menos é o que eu defendo. O PROBLEMA É QUE OS CARTUNISTAS FORAM MORTOS E AINDA ESTÃO SENDO CRITICADOS PELAS SUAS CHARGES!

Aliás, diferentemente de muitos países mundo afora, onde o ateísmo e/ou o paganismo são crimes, eu e o pessoal do Charlie Hebdo achamos isso tudo apenas muito engraçado! Adultos acreditando piamente em contos de fadas? Pior do que isso: matando-se uns aos outros em prol da estorinhas? C'mon!!! Seria hilário, digníííííssimo de piadas, não fosse o fato de que pessoas efetivamente perdem a vida em função deste besteirol todo. Alguém precisa expor o nervo de toda esta idiotice! "For God sake"! Parem o mundo... estão todos loucos!!! O caminho deve ser o reverso!!! Proteger aqueles que crêem, sim! Mas jamais proteger uma crença quando esta contraria a verdade! (e não me venham relativistas com os seus argumentos de múltiplas verdades... Adão e Eva é Carochinha sim... não tem papo.) Dostoiésvski estava errado!!! Se Deus existe e/ou é tido como existente, e fala através de um grupo restrito de pessoas, aí sim é que está tudo permitido!!! É o caos, em suma. A santa inquisição que o diga!!!
A piada a partir daqui passa a não ser só merecida, mas talvez necessária! Alguém tem que desmistificar toda esta baboseira e o humor serve e sempre serviu para, a seu modo, criticar o que há de errado no meio em que está inserido. A piada foi ácida? Foi! Mas contra quem?! Contra o "papai-noel" islâmico! Se alguém deve se ofender e tem o direito de reagir é ele. Ninguém mais!

Desde muito pequeno eu sempre disse que era o Power Ranger vermelho. Bonecos, fantasias, máscaras, pôsteres. Tudo era do Ranger vermelho. Beleza, eu cresci, não deu pra ser Power Rangers, então estou me graduando em direito, mas... cá pra nós: e se eu continuasse a crer que o Zordon tem um plano especial para mim? E se alguém tirasse sarro do Zórdon? Isso seria ofensivo? Talvez. Mas... repreensível? Até que ponto? Alguém criticaria qlqr chargista que ousasse satirizar Zórdon? Óbvio que não e por mais que a carreira Ranger ainda estivesse nos meus planos, eu jamais explodiria qlqr jornal que tirasse sarro do meu "criador". De outra parte, Zórdon é indefensável do ponto de vista jurídico, pois não existe no mundo real, sabemos nós, os lúcidos. Deu pra sacar a analogia?
Assim mesmo, ofender uma religião jamais pode ser tido como um "big deal". Diariamente os jornais locais satirizam aquilo que nomearei de "religiões seculares", como os times de futebol. Nunca ouvi ninguém ir contra qlqr chargista neste sentido. Enfim...

Sobre a manifestação papal, o buraco é ainda mais embaixo:

1- O imbecil está sentado no trono de uma instituição responsável pela destruição massiva das mais diversas culturas em torno do mundo. Eu arrisco a dizer que é por isso que a IC está viva até hoje sendo ela baseada num conjunto de dogmas tão patético. (Só fazendo lavagem cerebral nas criatura mesmo...) Logo, moral para falar = 0.

2- A bíblia possui passagens que contém apologias homofóbicas, racistas, antissemitas, machistas, cruéis, atentatórias aos mais diversos direitos humanos e, no entanto, é o livro mais vendido no mundo todo!!!!! Mas PASMEM: ninguém nunca disse nem nunca dirá nada em contrário a publicação desta merda. Isso serve igualmente aos demais livretos das religiões monoteístas mais "pops". Why?!

3- O papa me vem com a ideia de que se alguém falar mal da tua mãe, este alguém pode esperar um soco. Bem... eu vou ajudar o papa e não vou interpretar que ele realmente pense que o soco seja merecido. Vou interpretar que ele tenha dito isso querendo em verdade dizer que esta é a atitude esperável, (pois afinal de contas somos todos humanos) mas não necessariamente a mais correta. Ok... mas... assim mesmo Tio Chico... a minha mãe existe... o teu deus não. Sorry... é a vida cara. Uns existem... outros não, e pá. ^^ (ta, a minha mãe em específico já morreu, mas tu compreendes, né queridão?) P.S.: de qualquer forma, se ofenderes a minha mãe, fique tranquilo... eu não vou te soquear por isso, mas tanto eu quanto tu mereceríamos as penas da lei, a final de contas, estaríamos ofendendo verbal e fisicamente alguém... FÍSICO, se é que dá para entender!
Quiçá esse seja o limite da liberdade de expressão atinente ao tema em questão?! Atacar ideias e não pessoas, que tal?!  :D 

Ser ou não ser Charlie?

Cara, eu acho que há um único porém que me faz não postar Je suis Charlie no meu facebook. Ao menos não com tanta certeza. E este "porém" é que sabidamente os muçulmanos sofrem afu com a xenofobia européia perante o seu povo. Se eu acho que o Charlie deve ter liberdade para publicar o que publicou? Sim. Acho que sim. Mas se deveria ter publicado? Talvez não. Ainda não me decidi, pois embora eu ache que de alguma forma alguém algum dia tem que tirar esta redoma de vidro que recobre as religiões, de forma que possamos tratá-la tal qual ela é, ou seja, só uma hipótese (absurda, diga-se de passagem) de enxergar o mundo, sabidamente a mesma guerra que a população afrodescendente ainda enfrenta pelo mundo, os muçulmanos enfrentam tbm e em especial por lá. Sendo assim, eu teria um pouco mais de cautela ao fazer piadas com isso pra não corroborar com a visão "sensocomunzista" de que se o(a) cara é muçulmano(a), ele(a) é terrorista e merece ser banido(a) da sociedade.
Falei falei, mas na real a minha crítica é endereçada tão somente a hipocrisia generalizada e a consequente "prematuridade" com que as pessoas emitem suas opiniões acerca do tema liberdade de expressão, sendo ele tão complexo. Espero que o que eu escrevi por aqui sirva para isso: destronar este imbecil populista do papa que fala pelos cotovelos mas na real não diz merda nenhuma... e pra refletir um pouco mais antes de escrever... (embora esta última parte possa soar paradoxal, visto que eu mesmo estou dizendo por escrito que devemos pensar um pouco mais antes de escrever, mas agora foda-se... taí). :P

terça-feira, 7 de abril de 2015

OBESIDADE: 30 ANOS POR 30 SEGUNDOS

EU ANTES X DEPOIS




     Se quiserem falar sobre nutrição, emagrecimento e etc, creio que tbm posso ser um bom aconselhador. Tenho Esclerose Múltipla, doença auto-imune, degenerativa, incurável, que acomete o sistema nervoso central, mas devo frisar que antes de contrai-la, emagreci 60kgs sem cirurgia nem nada. Só reeducação alimentar e exercícios físicos. 


Fui do "céu" ao "inferno" neste conflito que tive com minha auto-imagem, o que é bem comum nos gordinhos e ex-gordinhos. Já fiquei dias sem comer, já usei anabolizantes e detonei tanto quanto ou até mais a minha saúde com estas "aventuras" do que o próprio ato de engordar.

Ainda hoje encontro dificuldades em achar o "termo-do-meio" na dieta e etc, até porque muitas vezes, como creio ser o meu caso, a obesidade não é um fato isolado, logo, não está 100% vinculada a questões metabólicas e/ou ao apetite. Nesta minha longa caminha, creio, contudo, que tenha aprendido algumas coisas que passo a transcrever.




A obesidade é, como pude constatar, na maioria das vezes, um problema psicológico, que se transforma em verdadeira bola-de-neve, como também ocorre com as demais drogas, lícitas ou ilícitas. Alias, nós, reféns da industria de alimentos somos ainda o grupo mais frágil, porque sequer o objeto de nosso vício nos é mostrado como maléfico (ao menos não com tanta ênfase como ocorre com o cigarro, e as demais drogas). 

Diz-se muito por aí que devemos aceitar nosso corpo como ele é. Pois bem. Acho isso válido, se considerarmos este fato isoladamente. Porém, se pensarmos que a pessoa gorda é, em verdade, alguém com problemas emocionais e a gordura é, além de prejudicial por si só, apenas um sintoma de seus problemas psicológicos, induzir à sua aceitação é ir em mão contrária ao combate à obesidade. Não devemos fazer bullying contra o gordinho na escola, mas também não devemos compreender a realidade dele como um "modo alternativo de vida". É, na real, um estado patológico que merece tratamento e solidariedade das pessoas que cercam o paciente. 




Se nós gordinhos pudéssemos enxergar desde o início q a solução sempre esteve ali, ao nosso lado, talvez não houvessem tantos casos de obesidade. O primeiro passo é reconhecer q não há nada de difícil em emagrecer e que a dificuldade é criada tão somente em nossa mente, que tenta nos sabotar e não nos permite enxergar com clareza a triste escolha que fazemos a cada refeição:



30 segundos de prazer gustativo por 30 anos de desprazer emocional e de saúde. 



Eis a tua mente, querendo mais uma vez te enganar, apenas para q tu nunca saia da tua zona de conforto e acabe deixando a tua vida passar diante dos teus olhos ao invés de vivê-la! 



Procures um nutricionista para que te passe uma dieta. Faça exercícios físicos regularmente e tu verás que o resultado vai aparecer naturalmente. Banalize a comida sempre q estiver de frente a ela. Se possível, peça para alguém que esteja perto de ti para te lembrar sempre disso, pois na certa a tua mente tentará te enganar.



Aos gordinhos, repito: é importante pensar que somos donos de nós mesmos e que ninguém está nos obrigando a comer. Assim sendo, cabe somente a nós a decisão de deglutir à maior.


Banalize cada refeição gordurosa que tu iria fazer! Antes de ingerir o alimento, pense que ele só ficará alguns poucos segundos em tua boca, te proporcionando prazer, mas as calorias a mais ficarão anos encrustadas em tuas células, entupindo tuas artérias e poluindo um corpo que nasceu limpo e perfeito. Se começares a pensar assim sobre as comidas de alta caloria, creio que seja um belo primeiro passo para eliminar tua fixação por elas e, assim, o emagrecimento torna-se bem mais fácil.


Pergunte a si mesmo: por que não apetece ao brasileiro ingerir carne de cachorro ou baratas assadas? Te respondo: não há nada de antinatural ingeri-los. Logo, tua repulsa é senão um nojo advindo de puro costume (ou a falta de).
Pois veja: na China não há problema algum com estes alimentos. 

Assim sendo, perceba: a forma como interpretas a comida é uma questão de hábito. O mesmo nojo que tens da barata servida ao chinês, poderá ter pela comida que te poluirá o organismo, se assim te habituares a interpretá-la!  

Outro pensamento que nossa mente traiçoeira pode tentar nos incutir é confundir nossa “dependência pelo prazer gustativo” com a felicidade. Comumente vejo gordinhos se “auto-sabotarem” com "pseudo-argumentos" do tipo "eu como porque eu gosto; eu sou feliz assim". Neste caso, existem dois pontos a serem analisados pelo gordinho q ainda está neste estágio de autoenganação:

1- já reparaste q todo mundo gosta de comer, mas nem por isso todo mundo é gordo? Já te perguntaste o porquê disso? Por que tens necessidade de comer mais do q o teu corpo precisa? Será q isso não é, na verdade, uma compulsão e não um simples " gostar"? 

2- tu dizes ser feliz assim, mas seja honesto (a) contigo mesmo (a). És mesmo feliz com o teu descontrole alimentar? Lembre-se: apetite todos temos, logo, o que te leva a comer mais do que tu deverias, é um motivo emocional mal resolvido. E isso é contrário ao sentido de felicidade! 

Pense nisso e, se possível, busque ajuda, pois sei que é bem complicado enfrentar sozinho um inimigo que vive 24hrs por dia dentro de nossas próprias cabeças. Não precisa ser um profissional. Pode ser um parente, um amigo ou alguém que também esteja na mesma situação. Assim vocês podem relembrar, um ao outro, todas essas "lições", a cada momento de fraqueza, em q a tua percepção das coisas esteja um tanto alterada por força daquela partezinha dentro de todos nós que, sabe-se lá porque, está sempre tentando nos sabotar.

Não há mistérios. O emagrecimento consiste em tu admitir pra ti mesmo q é só tu quem decide o que e quando vai comer e/ou quanto tempo de exercício físico tu vais fazer. Assim sendo, não há nada de difícil em emagrecer. Tu deves manter sempre o lado racional da tua mente ligado, especialmente nas refeições, para evitar q o teu emocional te sabote. Faça o teu racional dizer para ti mesmo que tu não precisas daquela comida que está fora da tua dieta.

 Diga para ti mesmo que comer algo gorduroso ou calórico não faz sentido, pois por mais saboroso que possa ser o alimento, ele ficará no máximo alguns segundos na tua boca, te proporcionando prazer, mas poderá ficar anos entranhado nas tuas células, poluindo um corpo que nasceu limpo, perfeito e saudável. Ame a ti mesmo mais do que à comida! Admita que o teu "gostar de comer" na realidade é apenas uma compulsão e que, assim sendo, deve ser combatida!

Repito: a comida não é nada mais que um prazer momentâneo que dura alguns segundos; a vida saudável e em forma é um prazer que pode durar para a vida toda!
30 ANOS POR 30 SEGUNDOS é uma troca q não vale a pena! Pense nisso sempre e tu verás q a tua relação com a comida vai melhorar! ;)

INFORMATIVO ARTÍSTICO - Teste de Rorschach




Em meio a um monte de coisas que tenho pra fazer, resolvi desenvolver um "projeto artístico" paralelo, que quiçá publicarei aqui algum dia...


Sabe aquele cara que enxerga muito mais do que um borrão preto num borrão preto? Esse sou eu. Meu dia é repleto de imagens interessantes que creio q nem todo mundo vê. Assim sendo, dentre os vários “borrões pretos” que me deparo ao longo dos meus dias, fotografarei os que acho efetivamente dignos de representação artística e reproduzirei em desenho o “muito mais” que estou enxergando. Ato seguinte, colocarei lado-a-lado foto e desenho, para compor a obra e submetê-la à apreciação dos interessados em observá-la (ou em me diagnosticar). ^^

Que tal? Parece loucura? Talvez. Mas eu poderia estar matando, roubando... :P

ABORTO: ARGUMENTOS POR CIMA DO CADÁVER...



Não iniciarei este texto adentrando na discussão pelas vias do "criminalizar não soluciona o problema", pois pretendo escrever mais especifica e detalhadamente sobre este tema em outro texto. Fique dito, contudo, que este argumento existe, e é bastante válido no debate que permeia o tema aqui tratado.
De qualquer sorte, comecemos assim:

Criminalizar o aborto sobre o pretexto de proteção à vida do embrião consiste, em suma, em conceder direito à vida a um amontoado de células quando, em verdade, o que se quer proteger com o direito assegurado no art. 5º, caput da CRFB é a vida humana individual. Se hoje o nascituro tem uma expectativa de direitos, isso se deve a certa nebulosidade do conceito de vida humana, ou mesmo o de "ser humano".

- Sim, eu sei o teor do art. 2º, CC e todas as normas que garantem direitos sucessórios aos embriões. Mas sabe qual é o ponto nevrálgico desta questão e que prova por quê, em verdade, o embrião não tem direitos, mas tão somente expectativas de direito? É que TODOS os direitos a ele garantidos dependem de seu NASCIMENTO COM VIDA! Curioso não? Pois bem... continuemos. -
Se, por exemplo, um paciente com morte cerebral não detém mais direito a vida, pois juridicamente é tido como morto, por lógica, considerar-se-ia o feto anencéfalo e/ou mesmo o embrião até o 3º mês como "morto" no sentido jurídico. Este conceito de morte nos remete, em verdade, ao que chamarei de "fim ou inexistência do indivíduo" e este último, compreenderemos como estritamente vinculado às suas atividades cerebrais.

Assim sendo, o embrião “não existe”, mesmo estando vivo, uma vez q suas células estão em pleno funcionamento (ao menos não enquanto indivíduo). Não é senciente. E, destarte,  possui a mesma validade dos milhões de células que matamos quando passamos por processos estéticos como cirurgias plásticas e/ou mesmo esfoliação ou masturbação. Quer ver?

Elas estavam vivas? Sim. Eram vidas humanas? Sim, pois tinham a nossa carga genética. Nós a matamos? Sim, elas passam a ser células mortas poucos momentos após a sua extração. Mereciam tutela jurídica? Não, pois muito embora fossem vida humana, não constituíam um indivíduo. Compreendes a diferença? Esta é a distinção basilar da tutela da vida. Ela, em verdade, deseja salvaguardar O INDIVÍDUO. Ocorre que o indivíduo imprescinde da vida material para existir, ao contrário do que as teorias dualistas religiosas tendem a apontar (e é neste ponto, inclusive, onde reside a maior contradição no que tange a aversão dos religiosos ao processo de aborto!!!).
Para assegurarmos a existência dos indivíduos, somos, então, obrigados a manter seus corpos vivos. Daí termos positivado tutela à vida em nossa legislação. ^^

Mas isso de forma alguma significa tutelar TODA E QUALQUER VIDA HUMANA, pois, se assim fosse, o punheteiro seria, em verdade, um genocida. É q a lei não se presta a doutrinar, por isso não veio tudo explicadinho, conforme acabo de fazer. Mas vamos de novo:

Um paciente com morte cerebral tem o funcionamento do restante de seu organismo em perfeito estado, dependendo, contudo, de aparelhos (tal qual o embrião depende do útero, ahn?).
"Ah, mas o feto detém carga genética q forma um novo ser, uma nova vida, por isso já é humano e merece tutela". Bem, isso nos faz retornar àquela parte do texto onde tratei sobre as vidas "tuteláveis".

Agora... atenção aqui porque não quero repetir: sua opinião de que a vida começa na concepção, em verdade, é uma afirmação inconteste!! Não percebeste a partir da leitura (supostamente) feita até aqui?! Ninguém discorda dela. Se não percebeste isso, então te convido a ler mais uma vez o descrito acima. Há vida em todas as células humanas, mas qual delas merece tutela, a partir de que momento e por que? Este é o ponto!    

A tese de que o embrião, um dia, pode vir a ser um indivíduo, o que, em tese, o difere dos demais casos citados, merece especial atenção, pois ocorre aqui um conflito de direitos: direito de vir a ser do embrião (lê-se: um amontoado de células intrauterinas sem capacidade de direito) X direito de liberdade sobre o próprio corpo da mulher (lê-se: indivíduo, sujeito de direitos, em pleno gozo de sua capacidade de direito). A mim, soa óbvia a escolha sobre qual sacrificar.

Quer mais? Pense então em dois direitos conflitantes entre duas pessoas detentoras de IGUAL capacidade de direitos. Talvez assim o caso fique mais simples de se resolver pra ti:

Um pai necessita da doação de um órgão (ex.: rim) para viver e a única pessoa compatível é a sua filha. Poderíamos obrigá-la a fazer a referida doação? Me parece que não. Se assim for, também não podemos obrigá-la a "doar/emprestar" seu útero ao embrião (que nem sujeito de direitos é!!!).    

Mas retorno: só tem direito quem é e não quem um dia, quiçá, possa vir a ser. Não podemos começar a tentar proteger todas as hipotéticas vidas individuais. É necessário que estabeleçamos um limite, caso contrário proibiremos a masturbação, a esfoliação, a cirurgia plástica, o uso da camisinha e a própria renovação celular que ocorre naturalmente em nosso organismo!! Todas essas células poderiam “vir a ser” alguém algum dia. Bastaria que, sei lá, clonássemos elas a ponto de desenvolver um novo ser. Só que, sabidamente, esta tutela é impraticável e beira a loucura.   

O limite, então, me parece ser o seguinte: coisas não tem direitos. Pessoas tem direitos. Assim sendo, a mulher tem; o amontoado de células embrionárias, embora vivas, não. O direito enquanto atributo do ser, deve ter sempre um sujeito passível, possuidor do que se conhece como "capacidade de direito". Uma reles hipótese (embora física e viva) não é alguém, mas tão somente uma hipótese, que, assim sendo, não pode ser sujeito de coisa qualquer. E se se quer tutelar coisas, como se indivíduos fossem, que ao menos os direitos destas coisas não se sobreponham aos direitos das pessoas!!!          

O argumento da proteção à "VIDA INDIVIDUAL" favoreceria inclusive outras lutas, como a da "descoisificação" dos animais, pois são seres sencientes e, portanto, INDIVÍDUOS, passíveis de direitos, a partir deste reconhecimento. A França, ao que me parece, já tem adotado este critério, pois recentemente reconheceu em seu C.C. que os animais são seres senscientes e que, exatamente por isso, são "portadores" de direitos.

P.S.: Aceito críticas, mas relembro: o Estado é laico. Argumentos meramente religiosos não merecem a minha atenção. Alguém mais?
;) :*

IMPÍTIMA



Penso q existem diversos tópicos a serem abordados sobre o impeachment da Dilma. O que se pode dizer inicialmente é que razões existem para falar-se da denúncia por crime de responsabilidade (se elas iriam ou não culminar em condenação são outros 500), seja porque exista correspondência entre os atos da “presidanta” e a tipificação disposta na lei 1079, seja porque " a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito " (se bem que a competência para julgar é do Senado, mas enfim... vale a analogia). 

 O que talvez salte aos olhos dos desavisados é sobre o eventual sucessor em caso de destituição da Dilma. A este respeito, a resposta, em meu entender, consta no texto constitucional, diferentemente do que tenho lido por aí inclusive em jornais de renome. Em caso de crime de responsabilidade, corrijam-me se estiver errado, mas quem assume, caso não seja igualmente responsabilizado é o vice (Michel Temer), pois trata-se de vacância. 
Se este for igualmente condenado, a sucessão ocorre na ordem constitucional: Presidente da Câmara dos Deputados (Eduardo Cunha) o do Senado Federal (Renan Calheiros) e o do Supremo Tribunal Federal ( Ricardo Lewandowski); 

Opções de merda à parte, cabe ressaltar que se um desses três últimos assumir, será feita nova eleição dentro do prazo de noventa dias, uma vez que estamos ainda nos dois primeiros anos de mandato, correto? Se assim for, aí é que vem a cereja do bolo: com a Dilma fora do páreo, adivinhem quem ganha esta nova eleição? ^^

Anyway...

Dito isso, ainda vale questionar a justificação de cartazes e manifestações massivas pro-impeachment, se qlqr cidadão pode, conforme a lei, por si só, denunciar quem quer que fosse pelo crime de responsabilidade. Em suma, pra que tudo isso?

Pois bem... sobre a questão processual/procedimental, vale ressaltar que, conforme a lei 1079, o "tribunal de pronúncia" é a Câmara dos Deputados. Em bom português: ela é tipo o "garra" do filme infantil "Toy Story": ela decide quem vai e quem fica. 

Aí é que está: sabidamente este órgão só funciona via pressões. Logo, sobre as decisões da câmara, vale a máxima: uma andorinha só não faz verão. Manifestar massivo e generalizado descontentamento, neste caso, talvez fosse a única forma de provocar qlqr reação por parte dos dep. fed. em prol da (questionável) intenção popular.

Se eu acho q vale destituir a Dilma do cargo? Não. Mas tem louco para tudo e eu estou longe de ser o dono da verdade. O ponto é que, analisando tudo que eu disse acima, a contrário sensu do que leio por aí, certas ou erradas no mérito, não me parecem tão absurdas as referidas manifestações. Ao revés: exercício regular de um direito reconhecido. O que me dizem?